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Quais são os melhores cafés do Brasil?

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Taiana Camargo

O Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo no ranking de maiores consumidores, somente atrás dos Estados Unidos, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Mas, afinal, você sabe qual é o melhor café do Brasil?

Em 2023, o café brasileiro acumulou diversos prêmios internacionais. Os grãos produzidos pela Ipanema Agrícola, na Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Verde (MG), e pelo Grupo Orfeu, na Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama (SP), foram os vencedores do Cup of Excellence Brazil 2023, principal concurso de qualidade no mundo.

Quem também se destacou foi o café da Fazenda São Mateus Agropecuária, cultivado em Patos de Minas (MG) e Varjão de Minas (MG), primeiro colocado no Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy, em Nova York, conhecido como o Oscar dos cafés.

Conheça quais foram os melhores cafés do Brasil em 2023

Fazenda Rainha

Originário da Etiópia e cultivado na divisa entre São Sebastião da Grama (SP) e Poços de Caldas (MG), o grão do café Geisha foi plantado na área mais alta da propriedade e fica a 1.570 metros de altitude.

terroir da região, palavra francesa que significa a terra cultivada, é crucial para a qualidade e aroma do café. Além disso, os solos vulcânicos propiciam ao paladar o sabor cítrico e acidez acentuada, lembrando toques de frutas amarelas e doçura que remete ao mamão, maracujá e laranja, explica Alexandre Marchetti, Q-Grader e agrônomo responsável pela propriedade rural.

Fazenda Rio Verde


O café premiado em duas categorias (via úmida e via experimental) é produzido em um cafezal de 1,5 mil hectares localizado no coração da Serra da Mantiqueira. Uma das características do plantio é a altitude — cerca de 1,3 mil metros acima do nível do mar.

A categoria “via úmida” é aquela feita com grãos descascados e despolpados após a colheita. Além disso, passam pela lavação. Já o método “experimental” diz respeito ao grão que passou por algum processo de fermentação induzida.

Fazenda São Mateus Agropecuária

O café Guima obteve a melhor pontuação no Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy, em Nova York, por ser considerado uma bebida brasileira redonda, encorpada, com sabores ricos e suaves de um equilíbrio de chocolate, caramelo, açúcar mascavo e amêndoas torradas.

De acordo com o Governo do Estado de Minas Gerais, a propriedade “busca materiais genéticos mais resistentes, adoção de práticas de manejo com foco em qualidade e sustentabilidade e cuidado artesanal após a colheita”. Assim como a Fazenda Rainha e a Fazenda Rio Verde, a São Mateus faz o cultivo em uma área alta — cerca de 1.030 metros acima do nível do mar.

Como é feita a avaliação dos cafés?

Rubens Vuolo, barista e atual campeão brasileiro de Brewers Cup, no método café filtrado/coado, explica à Globo Rural que a classificação é técnica e baseada em vários quesitos pelos provadores. Isso, segundo ele, deixa a competição justa.

Na metodologia de avaliação sensorial usada em todo o mundo e criada pela Specialty Coffee Association (SCA), o café é considerado especial se atingir, no mínimo, 80 pontos, nos seguintes atributos: fragrância, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, finalização e harmonia.

O único item subjetivo é o “conceito final”, ou seja, a impressão geral sobre o café atribuída sobre a amostra. Na soma, que vai de 0 a 100, as melhores bebidas recebem notas superiores a 89. No caso dos cafés brasileiros, a média é 91.

“O provador precisa analisar tudo isso e dar notas. Cada atributo vale uma pontuação, e ainda são descontados pontos caso se identifique algum tipo de defeito na amostra. Quando a gente fala em concurso de qualidade e café especial, não pode ter defeitos”, esclarece o barista.

Como é o café brasileiro?

No mercado internacional e também nos concursos que avaliam as melhores bebidas do mundo, o café produzido no Brasil é conhecido por apresentar notas altas em dois quesitos: doçura e corpo.

Ramon Vuolo explica que cada país, geralmente, destaca-se em um dos atributos da avaliação. Enquanto o grão do Panamá é conhecido pela característica floral, e a Colômbia, pelos frutados, por exemplo, o café brasileiro apresenta sabor doce e mais denso.

“É isso o que mais chama a atenção lá fora. Nossos cafés têm um perfil que lembra o chocolate, o caramelo e a rapadura. Esses detalhes fazem saltar os olhos”, garante. Por esse motivo, o barista acredita que vale a pena investir e explorar o potencial do grão brasileiro.

“Devemos premiar e valorizar o trabalho dos produtores, quem está disposto a sair da casinha e fazer algo diferente para elevar de patamar a qualidade do café que está produzindo”, finaliza.

Fonte Globo Rural 

Imagem Ilustrativa 

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