Mega operação policial é realizada em Soledade

Taiana Camargo

Taiana Camargo

A Polícia Civil e a Brigada Militar deflagram mais uma fase da Operação Monopólio em Soledade e região, nesta quinta-feira, 17. Mandados estão sendo executados tanto em Soledade como em diversos bairros da cidade. O Helicóptero da Polícia Civil está prestando assistência em Soledade.

Sob a coordenação da Delegada Regional Fabiane Bittencourt, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Regional de Soledade, em colaboração com delegacias de outras regiões, como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Cruz, Ijuí e Carazinho, além da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, realizou a segunda etapa da Operação Monopólio, mobilizando 145 Policiais Civis, 80 Policiais Militares e 2 Bombeiros Militares nas cidades de Soledade, Arvorezinha, Fontoura Xavier e Lagoão.

As investigações, que se estenderam por mais de dois anos, começaram após o início da Operação Monopólio em 2021. O foco é desmantelar uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na região de Soledade.

O modus operandi da facção é intrincado e elaborado. A lavagem de dinheiro ocorria por meio de várias táticas criminosas, como o uso de contas de laranjas para movimentar grandes quantias de dinheiro, envolvimento de terceiros para guardar dinheiro em espécie, uso de empresas de fachada e empresas fantasmas, além de compras simuladas de bens móveis e imóveis.

Diversos setores eram abrangidos pelas empresas de fachada, incluindo revenda de veículos, barbearias, mercados e boates. Além disso, foram identificadas várias empresas fantasmas, como locadoras de veículos, revendedoras de produtos de limpeza, comércio de artigos esportivos e supermercados. Até mesmo transações envolvendo cavalos de raça eram utilizadas para ocultar patrimônio.

A facção empregava a técnica chamada “reverse flips”, que envolvia simular valorização ou lucro por meio de vendas de bens. Imóveis eram adquiridos por preços muito abaixo do mercado, muitas vezes de usuários de drogas, a fim de dissimular a origem ilegal do dinheiro por meio do lucro aparente da venda.

A investigação identificou dois líderes, três operadores que coordenavam a lavagem de capitais, catorze membros que atuavam como laranjas ou em outras funções relacionadas, e treze pessoas jurídicas ligadas à facção. Um advogado era o principal operador financeiro do esquema de lavagem, recebendo honorários mensais por representar membros da facção. Servidores públicos também estavam envolvidos no esquema como laranjas.

Na operação, foram executados 32 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva, bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens imóveis e veículos, totalizando um valor superior a 10,4 milhões de reais.

 

Informações e fotos Rádio Uirapuru