Um tipo extremamente raro de sangue faz de Gildásio da Silva Costa, de 41 anos, um doador especial. Embora doe sangue há 20 anos, há apenas quatro, ele descobriu que é portador do U negativo. Antes o cearense tinha o sangue classificado como O positivo.
De acordo com a diretora de Hemoterapia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceara (Hemoce), esse antígeno pertence ao grupo sanguíneo MNS e é um antígeno esperado em praticamente 100% da população.
“Pessoas que são U negativo podem desenvolver um anticorpo chamado anti-U que vai reagir com todos os doadores, com exceção dos doadores U negativo”, explica.
Por conta dessa característica rara, Gildásio faz parte de um grupo de doadores-chave que são convocados em situações de emergência.
“A gente que gosta de doar com frequência quer doar direto. Às vezes, eu encontro a médica e brinco que já tô doido pra doar sangue, mas ela pede pra eu aguardar”.
Após a descoberta do tipo raro, Gildásio já foi convocado doar sangue para atender pacientes até de outros estados.
A doação mais recente foi feita para salvar a vida de uma criança em Minas Gerais, a partir de um programa do Ministério da Saúde que busca doadores raros para pacientes específicos.
“A sensação de ajudar alguém que depende mais do que nunca de você é, acima de tudo, gratificante. Eu me sinto extremamente feliz e estou sempre à disposição para doar”, confirma.
Além de ser doador, Gildásio trabalha como motorista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), levando bolsas de sangue doadas para as unidades de saúde.
A diretora do Hemocentro do Ceará, Denise Brunetta, explicou que o atual tipo sanguíneo do homem é muito raro e que em oito anos, apenas 12 pessoas foram encontradas. São cerca de 50 avaliações por dia desde 2013 no local.
Os sangues raros é uma herança dos pais, pois é determinado por um processo hereditário. “Um pai ou uma mãe podem portar um gene heterozigoto, que é o gene anormal. Quando os dois têm genes heterozigotos, há possibilidade de aproximadamente 25% de um filho ter o sangue raro” explica, Denise.
Fonte: Catraca Livre │ Foto: Crédito: Helene Santos/Governo do Ceará